BelezaA luta da indústria de cosméticos contra os "Forever Chemicals".

A luta da indústria de cosméticos contra os “Forever Chemicals”.

A indústria da beleza tem sido alvo de críticas em relação aos seus produtos por um período considerável. Recentemente, a questão da segurança e do impacto ambiental ganhou destaque. Um tema de preocupação importante é a presença de “produtos químicos anteriores”, como as substâncias per- e polifluoroalquil (PFAS), em cosméticos. Essas substâncias são conhecidas por sua persistência no ambiente e foram identificados riscos para a saúde, levando autoridades reguladoras, líderes do setor e consumidores a agir.

A Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA) liderou a iniciativa de lidar com a presença de substâncias PFAS em produtos de beleza. Um teste experimental mostrou que aproximadamente 6% dos 4.500 produtos cosméticos analisados continham substâncias químicas perigosas, como PFOA, PFCAs e siloxanos cíclicos (D4 e D5), que estão proibidas ou restritas devido aos seus impactos ambientais e de saúde.

Diversos países europeus sugeriram limitações ao uso de PFAS como resposta, visando diminuir sua presença em itens de consumo, como cosméticos. Essa medida está em conformidade com a estratégia da Europa de eliminar essas substâncias, a menos que sejam consideradas essenciais e não haja alternativas mais seguras.

A exposição aos PFAS está associada a diversos problemas de saúde, como câncer, danos hepáticos, impactos no sistema imunológico e complicações no desenvolvimento infantil. A capacidade dessas substâncias de se acumularem no organismo ao longo do tempo aumenta esses riscos. Em termos ambientais, os PFAS são conhecidos por sua alta persistência, o que resulta em contaminação generalizada da água, solo e vida selvagem. Essa presença prolongada suscita preocupações sobre os danos ecológicos e a sustentabilidade a longo prazo.

Retorno da área industrial

Chemicals in skin care
Imagem: stephmcblack/Flickr

Com base nas exigências regulatórias e no aumento da consciência dos consumidores, várias empresas de beleza estão redesenhando seus produtos para remover os PFAS. Marcas como Revolution, Inglot e Urban Decay anunciaram sua intenção de retirar essas substâncias. Além disso, o setor está pesquisando opções que proporcionem benefícios comparáveis em termos de durabilidade e desempenho, sem os impactos ambientais e de saúde negativos.

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Os consumidores estão cada vez mais preocupados com os ingredientes presentes em seus produtos de cuidados com a pele e maquiagem. A busca por transparência e formulações mais seguras está em alta, levando a um mercado que valoriza produtos com certificação ecológica ou que são claramente divulgados como livres de PFAS. A Campanha de Cosméticos Seguros é um grupo de defesa que apoia a implementação de regulamentos mais rigorosos para evitar o uso de substâncias prejudiciais em cosméticos, defendendo proibições totais, seguindo o exemplo da União Europeia.

Enquanto a Europa está adotando ações preventivas, em outras regiões como os Estados Unidos, estão sendo implementadas medidas para lidar com os PFAS, por meio de legislações como o Modernization of Cosmetics Regulation Act (MoCRA) e leis estaduais específicas, embora frequentemente com menos fiscalização em comparação com a União Europeia.

Substância química persistente “Forever Chemicals” (PFAS) descoberta em produtos de beleza.

Produtos químicos PFAS Usos comuns em cosméticos
Ácido perfluorooctanoico (PFOA) repelentes de água e manchas, surfactantes
Sulfona de Perfluorooctane (PFOS) repelentes de água e manchas, surfactantes
Politetrafluoroetileno (PTFE) Agente de impermeabilização, frequentemente usado em maquiagem e cuidados com a pele
Perfluoroctil Triethoxysilane Repelentes de água e mancha
Perfluoronil Dimethicone Produtos baseados em silicone, como fundações e soros

Formas de reduzir a exposição:

  • Verifique as etiquetas dos produtos em busca da indicação “livre de PFAS” ou “livre de flúor”.
  • Marcas Naturais e Orgânicas: Essas marcas costumam dar preferência ao uso de ingredientes naturais, evitando substâncias químicas sintéticas.
  • Dicas para escolher marcas de pesquisa: Opte por marcas que tenham listas de ingredientes claras e adotem práticas éticas de obtenção de matérias-primas.
  • Lave o rosto completamente, certificando-se de remover completamente os produtos de maquiagem e cuidados com a pele antes de dormir, a fim de reduzir a absorção pela pele.
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Acerca da Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA).

A Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA) é uma entidade reguladora da União Europeia, cuja função é supervisionar o uso seguro de substâncias químicas, visando a proteção da saúde humana e do meio ambiente. A ECHA exerce um papel fundamental na avaliação, regulamentação e restrição de substâncias perigosas em diversos setores industriais, como cosméticos, manufatura e agricultura. Uma de suas principais iniciativas é o regulamento REACH (Registro, Avaliação, Autorização e Restrição de Produtos Químicos), que obriga as empresas a se registrarem e fornecerem informações de segurança sobre produtos químicos produzidos ou comercializados na UE.

Uma mudança significativa

A crescente conscientização e regulação em relação aos PFAS em cosméticos representam uma mudança significativa. Estamos progredindo em direção a produtos de beleza mais seguros e ecologicamente corretos. Com os consumidores cada vez mais exigindo transparência e alternativas saudáveis, a indústria deve se adaptar. As demandas por maior responsabilidade também estão crescendo, com processos legais contra empresas farmacêuticas e outras marcas nos Estados Unidos e em outros lugares levando as empresas a agirem com mais cautela.

Segundo um estudo da Grand View Research, prevê-se que o mercado mundial de produtos de beleza naturais alcance US$ 54,5 bilhões até 2027, com um crescimento anual médio de 5,01% no período de 2020 a 2027. A mudança na indústria em direção a formulações com menos substâncias químicas não é tão voluntária quanto se esperava, sendo mais influenciada pelas preferências dos consumidores e pela regulação governamental. Será que deveria ser assim?

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